A Embrapa Agroenergia obteve em maio as primeiras plantas transgênicas brasileiras de cana-de-açúcar. A variedade foi geneticamente modificada para ser tolerante à seca e deve tornar possível (ou mais fácil) o cultivo da cana em áreas onde a ocorrência de chuvas é menor. As perdas da cultura devido à seca podem variar de 10% a 50% dependendo da região e da época de plantio.
As pesquisas com transgenia em cana-de-açúcar vêm sendo desenvolvidas desde 2008, sob a coordenação do pesquisador Hugo Bruno Correa Molinari. De acordo com o pesquisador, as áreas de expansão da cultura da cana têm como características solos com baixa fertilidade, altas temperaturas e baixa ocorrência de chuvas. “A tecnologia pode ser uma alternativa para melhorar o desempenho da planta e impulsionar a produção no Brasil”, afirma Molinari.As plantas foram selecionadas em laboratório e nos próximos três meses estarão em estágio de multiplicação in vitro para serem avaliadas em casa de vegetação. Até maio de 2012, serão avaliadas quanto às características de tolerância à seca. Após estes processos, as que apresentarem melhor desempenho terão potencial de avaliação a campo mediante aprovação de processo junto ao Comitê Técnico Nacional de Biossegurança (CTNBio).
A cultura da cana-de-açúcar ocupa um papel estratégico como fonte para a produção de etanol no Brasil. A produção está concentrada principalmente nas regiões Centro-Sul e Nordeste e ocupa uma área de aproximadamente 8,1 milhões de hectares.
A Embrapa, em parceria com a Japan Internacional Research Center for Agricultural Sciences (Jircas), empresa de pesquisa vinculada ao governo japonês, também está inserindo o gene para tolerância à seca (DREB) em outras culturas, a exemplo do eucalipto, da soja, do milho, do algodão e do feijão.
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