sexta-feira, 22 de abril de 2011

Bananas resistentes a pragas

Boa notícia para os amantes de banana — empresa israelense desenvolve fruta resistente a pragas

Se você come cinco bananas por semana, há uma boa chance de que uma delas tenha sua origem genética em Israel.

Ao dirigir ao Norte de Nahariya em direção à fronteira do Líbano, você passa por diversos campos de plantação de bananas próximos a Achziv e Kibutz Rosh Hanikra. É nesse último kibutz o local onde estão os escritórios e laboratórios da empresa biotecnológica Rahan Meristem (1998) LTD, uma líder mundial na biotecnologia da banana.

“Nós somos os maiores produtores mundiais de plantas cultivadas com tecido de banana — produzimos cerca de 10 milhões por ano. Elas são vendidas por todo o mundo. Nós calculamos que aproximadamente 20% das bananas que são comercializadas no mundo ocidental são originárias ou foram selecionadas em Rahan” afirma o Dr. Eli Khayat, chefe de pesquisa e desenvolvimento em Rahan e professor de biologia vegetal na Universidade Hebraica e no Instituto Technion.

“A maior parte de nossa pesquisa é em bananas — tentamos melhorar a qualidade da colheita utilizando a genética molecular para produzir bananas que amadureçam lentamente e que tenham um tempo de vida maior nas prateleiras”, ele explica. “Esses são parâmetros importantes tanto para quem as cultiva quanto para quem as consome. Nosso objetivo é produzir plantas, e uma vez que a banana não tem sementes, o único meio de criar clones superiores é através da engenharia genética.”

Com uma produção total de 60 milhões de toneladas por ano, as bananas comuns e as cultivadas para culinária se tornaram um cultivo de suma importância para todo o mundo, elas são exportadas dos países tropicais para quase todo o mundo. Mas por causa de sua esterilidade natural, a maior parte das variedades de banana ainda precisa ser melhorada por meio de ferramentas biotecnológicas.

Agora, em um novo desenvolvimento inovador com conclusões mais amplas, Khayat e sua equipe completaram com sucesso um teste de campo que valida sua mais recente realização, a resistência total da banana a uma ampla variedade de nematóides patogênicos — pequenos vermes microscópicos que danificam as raízes das plantas.

De acordo com Khayat, a descoberta foi resultado de seis anos de pesquisas e testes. “A tecnologia empregada foi desenvolvida em conjunto pela Rahan, a Universidade Bar Ilan e a Hazera, uma empresa de sementes israelense. O resultado são as bananas transgênicas, bananas que foram modificadas geneticamente. Elas são completamente resistentes a nematóides em função da utilização de uma tecnologia especial chamada RNAi.”

Fundado em 1974 por membros do kibutz, o Rahan Meristem foi o primeiro laboratório comercial de cultura de tecidos a operar em Israel. Ele foi criado como uma extensão de um berçário de árvores frutíferas já existente no país.

Inicialmente, os trabalhadores de Rahan desenvolveram novos procedimentos para larga escala, in vitro e propagação clonal de mais de 200 gêneros de plantas incluindo cultivos ornamentais, industriais, frutíferos e de vegetais.

Em meados da década de 1980, a empresa se restringiu a uma variedade menor de plantas, e a banana propaganda in vitro tornou-se seu principal produto. Em parceria com o alto nível de conhecimento já existente em relação à agrotecnologia da banana no kibutz Rosh Hanikra, o Rahan passou a ser o centro de pesquisa e consulta da indústria da banana para todo o mundo.

Quando Khayat fala sobre genética molecular e como ela está relacionada à banana, parece que o kibutz israelense de ontem — com laranjas, dança e tratores — se transformou em um mistério futurista de ficção científica. “Nós estamos produzindo e desenvolvendo pequenas bananeiras por meio da cultura de tecidos. Elas são clones da banana. As bananas não têm sementes, portanto o único meio de melhorá-las é através da seleção, um processo com o qual trabalhamos em nosso centro no kibutz. Os clones selecionados são propagados através da cultura de tecidos. Você pode transformar um único clone em quantos quiser”, Khayat explica.

Quando o assunto é clonagem e engenharia genética, Khayat sabe que está caminhando em território controverso, em relação ao qual há vários movimentos por todo o mundo que se opõem aos alimentos modificados geneticamente. Mas ele nos apresenta explicações cuidadosas sobre por que ele considera que o Rahan está no caminho certo.

“Eu creio que a posição contrária é resultado de uma visão generalizada de que as plantas modificadas geneticamente são algo desconhecido e misterioso. O mesmo sentimento aconteceu em relação às vacinas no início do século XX — a idéia de que aquilo irá causar algo pior do aquilo contra o que ele se propõe a proteger”, ele comenta.

“A engenharia genética é muito mais segura do que são os inseticidas para o meio ambiente e os seres humanos, mas politicamente, isso passa a ser um problema com os grupos ambientais. Por exemplo, em geral os campos onde as bananas são cultivadas são tratados com nematicidas para evitar a infestação por nematóides. A quantidade de inseticida poderia matar não apenas seres humanos, mas até elefantes. Os produtos químicos são horríveis e, como resultado disso, os danos ao meio ambiente são enormes.”

“Com as plantas transgênicas, especialmente as bananas por não poderem fazer uma fertilização cruzada e não terem sementes, não há um desperdício do material genético de forma alguma — ele está todo dentro da planta. Portanto, não há perigo para os seres humanos e nem par o meio ambiente. As plantas podem crescer em áreas que não foram tratadas com inseticidas.”

http://www.brasilisrael.com.br/tecnologia.htm#banana

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